sábado, 10 de março de 2018

Uma reflexão actual, para memória futura...

Nos dias que correm temos assistido a uma novela que envolve os vereadores socialistas que compõem o elenco municipal de Vizela, que muito me tem feito pensar.
Admito que a saída de João Ilídio Costa me entristece, como qualquer outra saída o faria, pois entendo que as pessoas devem sempre respeitar o compromisso que assumem perante os eleitores, cumprindo os seus mandatos, a partir do momento em que os assumem.
A verdade é que o projecto socialista assentava muito de si, na figura e credibilidade deste Vizelense. Contudo, a indecisão em que se encontra a sua sucessão ainda mais me faz pensar.
Esta reflexão assenta não no nome que se seguirá, mas na tentativa de perceber aquilo que poderá ter causado a saída de João Ilídio Costa e a hesitação atual.
Sei que provavelmente mais alguns daqueles que usualmente interagem comigo também poderão estar a tecer considerações sobre este tema, mas eu entendo que devo partilhar a minha convicção.
Daquilo que conheço e pude colher junto de algumas pessoas, João Ilídio Costa não é pessoa de “deitar a toalha ao tapete”, fruto do seu passado militar, que muito o marcou e fez moldar a sua personalidade.
Assim sendo, sou levada a pensar que houve algo que o fez assumir esta postura e não acredito que tenham sido as razões de saúde que se têm ventilado, o cansaço, ou o desencanto...
Na minha opinião, houve pressões políticas que tentaram castrar a sua ação e foi este motivo que o fez sair, por respeito à sua integridade. E é este motivo que tem dificultado a sua substituição.
Poderão dizer que isto não é motivo, mas eu acho que sim, que é. Aliás, João Ilídio Costa deixou a Real Associação Humanitária dos Bombeiros de Vizela também pela falta de solidariedade dos seus camaradas de Direção, que não saíram a terreiro a defender o seu bom nome, quando a Associação foi referida.
Neste caso, após as eleições concelhias do Partido Socialista, tudo mudou. Mas mais mudará após as eleições para a Federação Socialista de Braga.
Mais uma vez, nesta altura, podem dizer que estou a tirar conclusões precipitadas, mas pode ser que não se trate disso…
Com efeito, o que entendo que se passou foi que a Dra. Dora Gaspar assumiu uma posição de destaque concelhia e que também será de relevo na federação distrital.
Em troco de um posicionamento futuro nas listas legislativas, a actual presidente do Partido Socialista de Vizela assumiu o compromisso de deixar espaço de manobra a Vítor Hugo Salgado, o preferido do Partido nacional que será reintegrado no Partido Socialista e assumirá a candidatura autárquica.
Sei que poderão dizer que a teoria é rebuscada, mas acham normal tanto afeto de membros do governo por um independente, correndo o risco de deixar marcas nas estruturas locais?
Não creio, e o caminho de charme está a ser trilhado…