Nos dias que correm temos
assistido a uma novela que envolve os vereadores socialistas que compõem o
elenco municipal de Vizela, que muito me tem feito pensar.
Admito que a saída de João Ilídio
Costa me entristece, como qualquer outra saída o faria, pois entendo que as
pessoas devem sempre respeitar o compromisso que assumem perante os eleitores,
cumprindo os seus mandatos, a partir do momento em que os assumem.
A verdade é que o projecto
socialista assentava muito de si, na figura e credibilidade deste Vizelense.
Contudo, a indecisão em que se encontra a sua sucessão ainda mais me faz
pensar.
Esta reflexão assenta não no nome
que se seguirá, mas na tentativa de perceber aquilo que poderá ter causado a
saída de João Ilídio Costa e a hesitação atual.
Sei que provavelmente mais alguns
daqueles que usualmente interagem comigo também poderão estar a tecer
considerações sobre este tema, mas eu entendo que devo partilhar a minha
convicção.
Daquilo que conheço e pude colher
junto de algumas pessoas, João Ilídio Costa não é pessoa de “deitar a toalha ao
tapete”, fruto do seu passado militar, que muito o marcou e fez moldar a sua
personalidade.
Assim sendo, sou levada a pensar
que houve algo que o fez assumir esta postura e não acredito que tenham sido as
razões de saúde que se têm ventilado, o cansaço, ou o desencanto...
Na minha opinião, houve pressões
políticas que tentaram castrar a sua ação e foi este motivo que o fez sair, por
respeito à sua integridade. E é este motivo que tem dificultado a sua
substituição.
Poderão dizer que isto não é
motivo, mas eu acho que sim, que é. Aliás, João Ilídio Costa deixou a Real
Associação Humanitária dos Bombeiros de Vizela também pela falta de
solidariedade dos seus camaradas de Direção, que não saíram a terreiro a
defender o seu bom nome, quando a Associação foi referida.
Neste caso, após as eleições
concelhias do Partido Socialista, tudo mudou. Mas mais mudará após as eleições
para a Federação Socialista de Braga.
Mais uma vez, nesta altura, podem
dizer que estou a tirar conclusões precipitadas, mas pode ser que não se trate
disso…
Com efeito, o que entendo que se
passou foi que a Dra. Dora Gaspar assumiu uma posição de destaque concelhia e
que também será de relevo na federação distrital.
Em troco de um posicionamento
futuro nas listas legislativas, a actual presidente do Partido Socialista de
Vizela assumiu o compromisso de deixar espaço de manobra a Vítor Hugo Salgado,
o preferido do Partido nacional que será reintegrado no Partido Socialista e
assumirá a candidatura autárquica.
Sei que poderão dizer que a
teoria é rebuscada, mas acham normal tanto afeto de membros do governo por um
independente, correndo o risco de deixar marcas nas estruturas locais?
Não creio, e o caminho de charme
está a ser trilhado…